Obsolescência Programada
Já ouviu falar em obsolescência programada? Caso não tenha, não se preocupe, estou aqui para esclarecer e te dizer que a falta de evidência desse assunto, é estratégica, mas não para você.
Talvez você já tenha ouvido aquele discurso de que antigamente as coisas duravam mais. Na verdade, essa percepção é baseada em fatos! Se antigamente a maioria dos produtos eram feitos pensando em sua durabilidade, hoje em dia, são feitos pensando na falta dela. A frequência de lançamentos de novidades acelerou de forma exponencial de algumas décadas para cá.
O que é
A obsolescência programada é uma prática aplicada na produção de bens que visa limitar/reduzir o tempo de vida útil do produto em questão. Isso é feito para que o consumidor logo sinta necessidade de comprar outro, tendo que descartar o velho.
A primeira vez que essa técnica foi aplicada foi em 1920, com as cores de carros. O responsável foi Pierre Dupont. Fabricante de produtos químicos, tais como tintas, Pierre se tornou sócio majoritário de uma fábrica de automóveis. Ele logo encontrou um problema na empresa que entrou: as pessoas que precisavam de carros e tinham condições financeiras para isso já o tinham adquirido.
Como na época os carros eram muito mais simples e não haviam grandes avanços tecnológicos para implementar, não havia a necessidade de trocar tanto de carro. Diante disso, Dupont tomou uma decisão crucial para o futuro não apenas de sua empresa, como do mercado: produzir carros coloridos.
Deu-se início então aos lançamentos de modelos novos para estimular a compra. A ideia era que fossem lançados a cada três anos. A estratégia funcionou. Na época, um executivo envolvido na ação nomeou a prática de obsolescência dinâmica. Foi só no final da década de 1920 que o termo obsolescência programada surgiu, cunhado pelo escritor J. George Frederick, que criticava o aumento do consumo já naquela época.
Tipos de obsolescência programada
A obsolescência programada tem como objetivo elevar o consumo, fazendo com que um produto seja utilizado menos do que poderia. Mas há mais de uma forma de tornar um produto obsoleto. Veja a seguir.
Obsolescência percebida ou perceptiva
Aqui, o produto é visto como obsoleto pelo simples fato de não ser o modelo mais recente, apesar de ainda funcionar e ter utilidade. É exatamente o exemplo dos carros coloridos. A indústria têxtil se beneficia muito desse tipo, já que consegue manter suas vendas em alta graças a constância nos lançamentos de linhas de roupas novas.
Obsolescência tecnológica
Se trata de um produto que ainda funciona e cumpre sua função, mas que ficou obsoleto por conta de não possuir a tecnologia mais avançada.
No mercado, essa forma de obsolescência é justificada como uma consequência natural do desenvolvimento tecnológico. Porém, existem estratégias combinadas de obsolescência tecnológica e perceptiva. Eles vendem a imagem de um produto com tecnologia de última linha, sendo que na verdade há pouca diferença entre modelos anteriores e os novos.
Muitas vezes, no momento da fabricação já existem tecnologias mais avançadas do que as que foram aplicadas no produto, mas que não foram incluídas para garantir que haja o que incluir no próximo modelo, já que hoje em dia, as empresas de smartphone, por exemplo, fazem lançamentos anuais.
Consequências
A consequência mais óbvia e direta para nós é o custo. Nos pegamos em um ciclo infinito de ter que substituir os produtos e nunca estamos realmente satisfeitos com o que temos, pois a novidade dura pouco.
Existe, no entanto, uma consequência tão avassaladora quanto, porém menos levada em consideração, pois seus efeitos não são imediatamente ou diretamente percebidos. Estou falando dos impactos ambientais.
Anualmente, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas em todo o mundo, segundo o The Global E-waste Monitor 2020. Na outra ponta, o número de dispositivos, no mundo, cresce cerca de 4% por ano. Apenas o Brasil descartou, em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foram reciclados, de acordo com o relatório desenvolvido pela Universidade das Nações Unidas.
O baixo índice de reciclagem se deve principalmente ao fato de que o descarte não é feito da maneira correta. Grande parte do lixo eletroeletrônico é descartado em lixeiras comuns. O procedimento correto é que ele seja descartado em pontos de coleta específicos.
O “monstro” do lixo eletrônico não causa danos apenas à natureza, mas também à saúde de muitas pessoas, como divulgou a OMS. Cerca de 12,9 milhões de mulheres trabalham, atualmente, no setor informal de resíduos. A exposição a materiais tóxicos, usados na composição de artigos tecnológicos, as coloca em risco, junto com seus filhos.
Vale observar ainda que, apesar de ilegal, é comum que países desenvolvidos enviem toneladas de lixo eletrônico em navios para países mais pobres. Gana, por exemplo, é um país que se tornou um depósito do que muitos outros rejeitam.
A queimação dos rejeitos em lixões do país forma uma espessa fumaça negra que polui o ar com substâncias tóxicas. A isso se acrescenta a poluição dos solos e, consequentemente, da água. A origem desses lixos advém principalmente da Europa e América do Norte.
Como combater a obsolescência programada
A obsolescência programada só prospera graças aos nossos hábitos de consumo, que já viraram parte de nossa cultura. A tarefa aqui é consumir menos, com uma tentativa de consumir apenas o necessário. Praticar um consumo consciente também ajuda muito.
O consumo consciente é feito quando literalmente tomamos consciência do que está sendo adquirido. É necessário levar a atenção ao momento da escolha da marca, e se possível, até do material utilizado na produção e os valores e compromissos éticos da marca. Para isso, busque saber o posicionamento da marca, se ela possui parcerias com marcas igualmente responsáveis, se ela promove ações sociais etc.
Existem marcas hoje em dia que são explicitamente contra a obsolescência programada. Exemplos incluem a marca Patagônia, que produz artigos de acampamento e para trilhas; e a marca de smartphone Fairphone, que utiliza apenas peças de reuso e equipamentos obtidos legalmente e com ética.
Infelizmente, muitas marcas sustentáveis acabam precisando cobrar mais por seu produto devido aos custos adicionais com os quais arcam. Isso pode tornar o produto pouco acessível. Isso não nos impede de buscar refletir na hora da compra acerca da necessidade real daquele produto que estamos considerando.
Vale ressaltar também que, apesar de alguns serem mais caros, os produtos de marcas contra a obsolescência programada terão uma duração muito maior, o que compensa o custo a longo prazo.
Qual sua opinião sobre isso?
https://blog.nubank.com.br/obsolescencia-programada/
Acessado em: 22/04/2022
https://www.meupositivo.com.br/panoramapositivo/obsolescencia-programada/
Acessado em: 22/04/2022
Acessado em: 22/04/2022
Acessado em: 25/04/2022
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160109_lixao_eletronicos_ab
Acessado em: 25/04/2022
https://www.portal-administracao.com/2014/04/Pierre-du-pont-estrategia.html
Acessado em: 25/04/2022
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