Smart Cities
Smart Cities (Cidades Inteligentes)
O que são cidades inteligentes?
A evolução tecnológica está trazendo benefícios para cidades ao redor do mundo. Se tratam das cidades inteligentes (smart cities). São centros que conseguem alinhar os avanços tecnológicos ao progresso social e ambiental, através de tecnologias digitais e disruptivas.
Para que uma cidade seja, de fato considerada inteligente, alguns pontos chaves devem ser contemplados. Podemos citar aqui: crescimento econômico sustentável, elevada qualidade de vida e gestão consciente dos recursos naturais, através de uma governança participativa e democrática.
As cidades inteligentes encontram agora um cenário promissor para a sua “proliferação”. Com o modelo já testado, aplicado e melhorado em cidades pioneiras, outras estão seguindo o mesmo caminho após constatar o progresso e as ricas possibilidades que as implementações tecnológicas trazem. Entre os resultados observados estão mais segurança, práticas mais sustentáveis, diminuição de custos, melhoria da mobilidade urbana, auxílio nas tomadas de decisões com base em análise de dados coletados e muito mais.
Dessa forma, a qualidade de vida dos cidadãos dessas cidades sobe, atrelado a maior facilidade e uso estratégico da infraestrutura, serviços, informação e comunicação. Além disso, os dados colaboram para tomar medidas de forma eficiente e eficaz.
Para que os esforços de implementação de cidades inteligentes tenham êxito, é necessário entender a fundo a necessidade dos cidadãos, quem são eles, sua rotina e como eles interagem com os serviços públicos. Cada cidade irá requerer diferentes ferramentas e estratégias para garantir o bom funcionamento das operações de modo a beneficiar o maior número de pessoas. Os dados desempenharão papel fundamental na análise desses fatores.
Exemplos
Um fator a ser observado na atualidade, é a estagnação do crescimento dos grandes centros urbanos. Apesar de ainda haver considerável migração entre as capitais, o movimento de urbanização estacionou. Com o crescimento de empregos digitais, atualmente é possível trabalhar em uma cidade e morar em outra. Esse fator, em conjunto com o envelhecimento populacional, faz com que surja um cenário de disputa entre os centros urbanos. É necessário tornar as cidades mais atrativas para receber cidadãos e reter mão de obra. Tornar as cidades mais inteligentes é um caminho para isso.
A McKinsey & Company estima que os benefícios econômicos das cidades inteligentes têm enorme potencial, chegando a um montante de $1.6 trilhão até 2025. Em cidades brasileiras, a melhoria em transportes públicos poderia somar um valor de $14 bilhões para o mesmo período.
Outro estudo preditivo da McKinsey & Company, assinalou dentro de esferas específicas os ganhos favorecidos pelas cidades inteligentes. Veja abaixo:
-Diminuição de custo de vida: digitalização do uso de terra para planejamento urbano; precificação dinâmica de eletricidade e rastreamento de uso; microtransit (oferta de serviço de transporte responsivo por demanda) e e-hailing (um sistema similar ao uber, porém ofertado pelo governo).
-Segurança: ações policiais apoiadas por dados em tempo real; segurança no trânsito com sistemas de monitoramento; resposta emergencial otimizada.
-Otimização de tempo: aplicativos de transporte público; gerenciamento inteligente de trânsito; opções novas e dinâmicas de mobilidade.
-Saúde: intervenção e melhorias em questões de saúde pública orientadas por dados; otimização de tratamentos para doenças crônicas; ferramentas digitais para garantir uma experiência melhor para o paciente.
-Ambiente: monitoramento de qualidade do ar; otimização do uso de energia elétrica; rastreamento de lixo, energia e água.
-Conexão: aplicativos para gerar conectividade entre usuários; aplicativos para conectar cidadãos e governo local; aplicativos para conectar bairros.
-Emprego: plataformas de divulgação de emprego; centros de carreiras digitais; processos administrativos digitais para empresas de pequeno porte; treinamento online e educação orientada por dados.
Entra em cena o próprio conceito de economia colaborativa, que tem embasamento na conscientização do consumo. Traz a perspectiva de um olhar mais holístico, apurando outras questões para além do lucro pelo lucro, há uma preocupação com o impacto e bem estar social. O meio digital é um grande contribuinte para esse formato, como podemos ver com o exemplo do Uber, OLX, 123 Milhas, entre outros.
Quais são as cidades consideradas inteligentes atualmente? Veja alguns destaques:
- Cingapura - possui wi-fi gratuito em todos os serviços públicos, há um aplicativo para agendar coleta de lixo e doação de móveis e roupas, é feito um monitoramento da qualidade do ar e há um aplicativo para propor ideias para o governo. Quase US$ 1 bilhão de dólares por ano são direcionados para projetos que tornem a cidade mais inteligente. Há uma grande preocupação em tornar as construções mais inteligentes para sanar desafios de densidade populacional. A cidade possui um sistema chamado “digital twin” para interpretar os impactos de todas as mudanças em um ambiente digital, desde possíveis novas ruas até janelas e telhados diferentes nos prédios.
- Londres - em 2019, ocupou o primeiro lugar do ranking de cidades inteligentes e em capital humano, com um alto investimento em educação e capacitação. Responsável por um alto investimento em infraestrutura, participa do Crossrail, com o intuito de inaugurar 10 novas linhas de trem à cidade para conectá-la a 30 estações de Londres.
- Reykjavic - a cidade mais populosa da Islândia. Os dados são impressionantes, 99% de sua produção de eletricidade e mais de 80% da produção de total de energia vêm da energia hidrelétrica e geotérmica, o que torna seus edifícios e construções naturalmente “verdes”. Apresentou ainda um documento com políticas climáticas com o objetivo de se tornar uma cidade com emissão zero de carbono.
Smart cities no Brasil
Cidades ao redor do Brasil estão se juntando aos esforços de se tornarem mais inteligentes. Conheça algumas delas abaixo:
Curitiba -
possui um sistema de mobilidade urbana que garantiu a ela o prêmio de melhor trânsito do Brasil. Há ainda uma frota de carros elétricos que prestam serviços públicos. Implementado em 2014, o recurso já poupou a emissão de 12.264 quilogramas de gás carbônico na atmosfera.
Salvador -
o investimento está focado na melhoria da mobilidade urbana e da produção de energia. A cidade conta com um aplicativo para passageiros do transporte coletivo. A iluminação em locais públicos também recebe destaque, visando a redução no consumo de energia e eficiência na manutenção dos equipamentos necessários, utilizando IoT.
São Gonçalo do Amarante -
Localizada no Ceará, é a primeira Smart City voltada para a habitação social no mundo. O projeto é voltado para pessoas de baixa renda que poderão contar com infraestrutura, tecnologia e bem-estar.
A cidade vai contar com coleta de lixo inteligente, Wi-fi em todas as áreas institucionais e piso intertravado (possibilitando a infiltração da água da chuva no solo). Além disso, contará com sistemas de reaproveitamento da água, irrigação automatizada e fiação elétrica subterrânea.
Em relação ao trânsito, serão instalados sistemas de compartilhamento de carros e bicicletas.
E esse é apenas o começo! Muito ainda está por vir. É necessário haver uma pressão pública a favor desse movimento para que os governos locais deem a devida atenção.
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