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Mercado de Carbono

Mariana Bruzzi
mai. 05, 2022

Mercado de Carbono

A comercialização da redução do principal gás responsável pelo efeito estufa já é possível! Agora de forma digitalizada. Pode causar estranhamento falando assim, mas a causa é nobre e elevada. O MC02 e o C02R são tokens digitais que já estão presentes no mercado de bitcoins. Sua criação se deu graças a uma parceria com a Moss, que é uma das maiores plataformas ambientais do mundo e a Celo4 Earth, que contribuiu com uma solução de calculadora para calcular as emissões de poluentes e desburocratizar a ação. Por meio desse token, já foi possível compensar 870.000 toneladas de C02 e preservar 734.000.000 de árvores.

 

Quer saber como funciona? Continue lendo para saber os detalhes.

 

 

Como surgiu o crédito de carbono

 

O primeiro impulso que deu início a tudo isso foi em 1997 com o Protocolo de Kyoto. Tratou-se de uma Conferência Internacional para discutir os problemas ambientais. O Protocolo foi assinado por mais de 175 países e a sua principal pauta foi a necessidade de diminuir a emissão de dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pela deterioração da camada de ozônio e aumento do efeito estufa.

 

Desde então, os países envolvidos (Brasil incluso) se comprometeram a diminuir suas respectivas emissões de gás carbônico. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, considerando que as indústrias já possuíam um procedimento consolidado nas etapas de produção e alterar isso significaria custos maiores e uma adaptação sistêmica da cadeia.

 

Tendo isso em mente, foi criado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O MDL é uma flexibilização dentro do protocolo que prevê as reduções das emissões de gases de efeito estufa de forma certificada.

 

O Protocolo de Kyoto permitiu que os países tenham algumas alternativas para atingir as metas de redução de emissões, podendo então ser feitas por meio de negociações. O Crédito de Carbono, ou a Redução Certificada de Emissões, é adquirido por países que alcançam metas de redução, obtendo então o direito de comercializá-los com os demais países que ainda não cumpriram suas metas. O Crédito de Carbono é gerado a cada tonelada de carbono não liberado à atmosfera.

 

Países que ultrapassem as emissões e não alcançam as metas podem estabelecer projetos que proporcionem benefícios reais e de longo prazo a respeito para garantir a redução das emissões de países em desenvolvimento. Assim, esses países, apesar de não terem atingido suas metas, acabam conseguindo reduzir a emissão de gases auxiliando os demais países. Essa redução então é convertida em Créditos de Carbono.



O que é a tokenização dos créditos de carbono.

 

Tendo em vista que a maioria dos investidores não faz ideia de como adentrar no mercado de crédito de carbono e o mercado é fragmentado e burocrático a ponto de distanciar as pessoas dessa realidade, a Moss, em parceria com a Celo4Earth, decidiu facilitar o processo.

 

A Moss é uma climatech, o que significa que seu funcionamento se dá a partir de blockchain (serviços financeiros de criptomoeda) e seu objetivo final é combater as mudanças climáticas. A Celo4Earth é uma empresa brasileira especializada em tecnologia, inovação e soluções para meio ambiente.

 

O termo token significa “símbolo” ou “ficha”. Em uma explicação bem simples, ele é gerado a partir de códigos únicos e criptografados com o intuito de garantir a segurança em uma operação. Ele é fruto da digitalização de transações, que, por sua vez, vem de uma necessidade de facilitação de processos burocráticos.

 

O utility token que surgiu da parceria entre a Moss e a Celo4Earth busca democratizar o acesso ao crédito de carbono, permitindo que companhias de todos os portes e segmentos, além de pessoas físicas, compensem a pegada de carbono de suas atividades de maneira segura e transparente, de forma virtual, em qualquer lugar. O crédito de carbono é um certificado digital que comprova que a empresa/associação evitou a emissão de uma tonelada de C02 no prazo de um ano.

 

 

Na prática.

 

Empresas que extrapolam a redução de gás carbono necessária, podem utilizar seus créditos recebidos de duas formas. Compensar na mesma hora, recebendo por isso, ou armazenar para compensar futuras emissões, como uma garantia.

 

Os créditos remanescentes (MC02) das empresas que deixam de emitir gás carbono ficam armazenados nos registros de um mercado mundial. Eles também podem ser vendidos para terceiros, seja por desejo deles em reduzir sua pegada ambiental ou por necessidade de respeitar a meta estipulada de emissão.

 

O principal ponto da tokenização é globalizar esse mercado que sempre foi muito fragmentado. O que significa que cada país regulamentava de acordo com suas próprias leis e precificava dentro de seus moldes.

 

“A tokenização facilita o movimento transfronteiriço de créditos de carbono e, a interoperabilidade dos protocolos de blockchain permitirá que tokens produzidos em diferentes países sejam facilmente trocados.”

 

 

Embora seja a estrela desse artigo, a tokenização dos créditos não é a única frente de atuação da Moss. Recentemente, a Moss lançou o NFT da Amazônia. Cada NFT simboliza uma fatia de terra que foi comprada pela empresa para levar ao mercado a oportunidade de proteger cerca de 450 hectares dessa área.  Pelo menos R$150 milhões foram levantados nessa primeira empreitada que representam 100 NFTs disponibilizados na plataforma OpenSea. A ideia é ampliar a área de conservação por meio da venda de mais NFTs da Amazônia.

 

A nível administrativo, a Moss também tem um movimento de descentralização e fortalecimento de sua comunidade através de um token de governança. Isso garante que os compradores sejam um componente decisivo em seus processos como um todo.

 

Práticas como essas não estão restritas a poucas empresas. O setor de serviços ambientais movimenta mais de 1 trilhão de dólares por ano, enquanto apenas a compensação de carbono fechou 2021 na faixa de US$ 400 bilhões. Não dá para negar que há uma preocupação e cuidado crescentes com os efeitos que causamos na Terra.

 

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