Relatório de Tendências 2022
Relatório de Tendências 2022
Para um bom planejamento é necessário formular estratégias e estar a par dos acontecimentos do mundo. Pensando nisso desenvolvemos o Relatório de Tendências para que você inicie seu 2022 bem-informado.
Aqui você encontrará as informações a respeito das tendências em: saúde, economia, comportamento do consumidor, governo, sustentabilidade e trabalho.
Saúde
A retomada das atividades nas ruas enfrenta uma nova onda de incertezas com a descoberta da variante Ômicron do coronavírus. Pesquisas apontam que apesar de ela indicar menor gravidade de sintomas, não há muitas informações concretas a seu respeito. Como ocorreu quando foi descoberto o coronavírus, estamos vislumbrando uma nova possibilidade de alteração do andamento de 2022. As incertezas em um campo específico (nesse caso de saúde) tem potencial para afetar os campos da economia, política, viagens etc.
Após todo o caminho percorrido, um indício de retrocesso como esse pode ser frustrante, mas não há motivo para desespero. A própria OMS divulgou que as vacinas protegem das formas graves de infecção pela variante Ômicron e que a terceira dose garante uma proteção ainda maior. Testes com uma quarta dose de proteção já estão em andamento em Israel, além de o Ministério da Saúde ter liberado para janeiro de 2022 a vacinação para crianças.
Outra informação que nos dá esperança é a formulação de novos medicamentos contra o novo vírus por via oral, que estão sendo testados por farmacêuticas e apresentam resultados promissores. Um deles, chamado monulpiravir, foi aprovado em caráter emergencial no Reino Unido.se mostra preocupada como evidencia a pesquisa do PoderData, disponível abaixo.
Economia
A economia global tem uma previsão positiva para o ano de 2022. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o cenário indica um aumento de 5% no desempenho econômico. Já no Brasil, esse cenário não é tão favorável. Há muita divergência entre as instituições que divulgaram dados de crescimento do PIB. O próprio FMI divulgou um crescimento modesto de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB).
O Ministério da Economia, que havia previsto 5,3% de crescimento econômico em meados de 2021, atualizou esse número, com uma previsão de crescimento de 2,1%. Cenário otimista, já que Luís Artur Nogueira, especialista em cenários políticos e econômicos, prevê uma expansão em torno de 1%. Enquanto o Boletim Focus sugere crescimento de apenas 0,58% e alguns bancos, uma recessão de 0,5%. Isso coloca o Brasil na posição de pior ritmo de crescimento do G20.
Fabrizio Sardelli Panzini, gerente de Integração Internacional da CNI, indica um cenário auspicioso para a exportação. O aumento da demanda de exportações já iniciou em 2021 e tende a aumentar. Isso porque os principais parceiros comerciais do Brasil, a China e os Estados Unidos devem registrar um crescimento acima de 5%. Na União Europeia, que tem previsão de aumentado estimada em 4,3%, também é possível uma maior demanda por produtos brasileiros.
Com a alta do desemprego, há um aquecimento no setor de empreendimento. O SEBRAE registrou no primeiro semestre de 2021 a abertura de 2,1 milhões de novos negócios, o que representa um crescimento de 35% em relação ao mesmo período de 2020. A expectativa é que isso se mantenha no próximo ano.
Comportamento do consumidor
Pesquisas da Kantar realizada em 2021 indicou crescimento nos seguimentos de transporte, desejo de viagem e buscas por novas experiências em relação ao comportamento do consumidor no ano de 2019. Outra questão apontada foi a busca por comodidade no formato da compra como fator decisivo de peso, assim como o cuidado com a segurança e a higiene por parte da marca.
Trazendo um fôlego de esperança, o Waze divulgou o registro do aumento de deslocamentos via meios de transporte de 2021 em comparação com 2019: 52% de aumento de navegação em que o destino final são bares; 33% para farmácias; 32,1% para salões de beleza; 22,4% para setor de varejo e 12% para shopping. Outra crescente no comportamento dos consumidores é o desejo de viajar que indicou um aumento de 62%. As pessoas estão buscando novas experiências e desafios, ou seja, sair de sua zona de conforto. Essa pesquisa também aponta para o crescimento de atividades ao ar livre com aumento de 102%.
Tendo em vista esta pesquisa, identifica-se que ocorre uma busca do consumidor por experienciar e inovar, novas possibilidades criativas com flexibilidade. Os aspectos cotidianos estão em constante mudança, fato inegável da vida. Nunca foi tão importante que o mercado encontre formas de se adaptar ao cenário desafiador que enfrentamos, mantendo o foco na experiência do consumidor. Isso inclui ativar os sentidos do consumidor, facilitar sua jornada de compra, dar opções de personalização para seu consumo, oferecer um atendimento humanizado e possuir as ferramentas adequadas para fazer tudo isso acontecer. Essa é a forma que as empresas estão encontrando de não apenas converter pessoas em clientes, como também cativá-las e fazê-las lembrarem de seu produto/marca.
Incentivo governamental
Para o ano de 2021 e 2022 estima-se um alto investimento para a economia criativa. A economia criativa diz respeito a tudo que está vinculado ao capital intelectual. É a união de economia com a criatividade, ou seja, a capacidade de criar algo que pode ser ofertado como serviço ou produto. A economia criativa foi apontada como um dos pilares do desenvolvimento sustentável no Rio+20. Exemplos de atividades da indústria criativa incluem: artesanato, desenvolvimento de jogos, design, cinema etc.
Uma pesquisa realizada pelo Itaú relata que a economia criativa perdeu 458 mil postos de trabalho formais e informais entre o quarto trimestre de 2019 e o quarto trimestre de 2020. De acordo com a FGV, a perda é equivalente a 1,7% do PIB do Estado de São Paulo. Esse setor está entre os que mais foram impactados negativamente pela pandemia.
O Programa de Ação Cultural (PROAC) do Governo de São Paulo investiu um total de R$200 milhões em 2021. Um aumento de 13% comparado a 2020. E já há previsão de um investimento inicial de R$100 milhões para 2022, podendo haver liberação de mais verba ao longo do ano. Outros estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, seguem seu exemplo destinando verba para esse setor.
Tais investimentos geram retorno. A secretaria do Estado de São Paulo estima gerar 138 mil postos de trabalho e um rendimento de R$300 milhões para 2022. Segundo o jornalista e ex-secretário de Cultura e Turismo,
Marcelo Matte, estudos constatam que cada unidade monetária investida em atividades da economia criativa gera um retorno quatro vezes maior em relação à outras formas de investimento.
Sustentabilidade
As empresas devem acompanhar a mentalidade dos consumidores se desejam prosperar. Dito isso, é importante manter em mente que os consumidores estão cada vez mais atentos em relação às práticas socioambientais das marcas neste processo de decisão de sua compra. Acredita-se que a onda do consumo consciente veio para ficar e já atinge uma boa parcela dos consumidores atualmente.
O consumo consciente está atrelado a lógica da economia circular que aplica as leis da natureza ao descarte de lixo. Ou seja, o que é lixo para um grupo/segmento pode ser insumo para outro, assim como na natureza o lixo orgânico vira adubo para plantas.
A exemplo dessa tendência, podemos citar o surgimento de serviços ecológicos como o aumento da compostagem capitalizados por empresas como a Casológica; a preocupação com a reciclagem; o aumento da demanda por produtos veganos e artesanais; a demanda por energia renovável em alta (aumento de 45% no planeta em 2020); o crescimento da busca por brechós (+600% nos últimos cinco anos), entre outras práticas. Uma pesquisa realizada anualmente desde 2013 pela Good Must Grow , revela que entre 2019 e 2020 houve um aumento percentual de 31 pontos no comportamento do consumo consciente.
No Brasil, as pessoas confiam e esperam mais das empresas do que do governo. Na prática, isso significa que elas esperam que as empresas façam o trabalho que o governo não faz. Uma pesquisa da Kantar revela que 88% das pessoas esperam que as empresas façam algo para amenizar os efeitos da crise climática e 86% esperam que elas ao menos falem sobre isso.
As pessoas estão mais atentas com o que consomem, bem como sua origem e as práticas da marca.
Trabalho
O confinamento causado pela Covid-19 acarretou uma necessidade de adaptação para o formato home office. Apesar do que muitos imaginavam, isso tende a permanecer em alguma medida, mesmo após o fim da pandemia, com flexibilidade de horários e alternância geográfica – dando autonomia aos funcionários de escolher trabalhar em casa ou no escritório.
Em uma pesquisa interna da empresa de mineração Vale, a mudança foi muito bem aceita, sendo que 80% das pessoas disseram estar satisfeitas e com a produtividade em alta. O que se nota é que com a satisfação e o bem-estar dos funcionários elevados, a produtividade e a qualidade aumentam significativamente, gerando uma situação de ganha-ganha para as partes envolvidas. A Eletrobrás também registrou esses ganhos, com a menção adicional da redução de tempo e custos com deslocamento, interação ágil e maior participação dos profissionais na empresa. Alguns ramos que estão e tendem a continuar neste mesmo ritmo são o setor de importação, de infoprodutos (cursos online, ebook, videoaula etc), marketing digital; de alimentos; da telemedicina; do artesanato e da consultoria de marketing digital.
Como consequência deste novo modelo de trabalho percebe-se um aumento na colaboração entre funcionários e empresas através do meio virtual. Além dos encontros rotineiros serem virtuais, como reuniões e eventos corporativos, até mesmo happy hours já são feitos por trás das telas. Atrelado a isso, podemos citar o Metaverso, termo que vem sendo discutido pela comunidade científica e que foi adotado pelo Facebook.
Diz respeito ao ambiente virtual e sua aproximação mais próxima possível da realidade. Fazendo com que a experiência do usuário no virtual se expanda, com aproximação entre as pessoas e o ambiente simulado. A criação de avatares personalizáveis é um dos recursos utilizados no metaverso para que as pessoas se sintam representadas, possibilitando um maior entendimento do mundo virtual. Podemos realizar uma analogia com os games de RPG, em que cada jogador possui um avatar que se orienta pelos mapas criados, encontrando e interagindo com outros jogadores. Prepare-se para expandir o seu conceito do virtual.
E você, o que achou dessas tendências?
